Um dia após toda a confusão ocorrida no HSBC Arena, era hora de voltar ao local para assistir ao show do Iron Maiden!
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Diferentemente do dia anterior, o cenário que se via na noite de segunda era sem fila, sem confusão. Portões abertos, muita gente de apoio orientando a entrada, estacionamento vazio, tranqüilidade total. Infelicidade de quem não pôde, ou não quis, comparecer novamente por causa dos problemas da noite anterior, quando a grade da pista premier cedeu e o show precisou ser adiado para que não houvesse risco de alguém sair ferido da HSBC Arena.
Com um público menor, cerca de 12.000 pessoas, mas não menos vibrantes estavam todos anciosos para ver a banda mais devastadora do Planeta. Precisamente ás 21:20 ouve-se o play de "Doctor..Doctor" do UFO e em seguida as luzes são apagadas para "Satellite 15...The Final Frontier", uma das 5 músicas do novo cd da Donzela que ali foram tocadas.
Ao fim deste playback a banda já está se posicionando para atacar a segunda parte da música, para delírio de todos, e a seguir a banda emenda com o single "El Dorado", este aberto com uma das características mais marcantes da banda, o baixo detonador de Steve Harris, recebido com igual histeria.
É chegada a hora do 1º clássico da noite, "2 Minutes to Midnight". O público enlouquece com a faixa do maravilhoso álbum Powerslave. Ao término desta, Bruce faz o primeiro contato com os presentes, o vocalista agradeceu o retorno do público e a forma “pacífica” com que a platéia deixou o local no domingo, depois Bruce mencionou o incidente da noite anterior. "É bom ver vocês aqui de novo, temos uma platéia incrível e uma grade novinha”, disse Bruce, em tom de brincadeira. “Foi muito cara, mas nós não pagamos, vocês não pagaram, algum 'filha da puta' pagou, então aproveitem", completou.
O frontman do Iron Maiden também mencionou o terremoto e tsunami no Japão, ocorrido em março, que obrigou a banda a cancelar seu show por lá. Bruce lembrou o quanto nós brasileiros temos sorte pelo fato de “perdermos” uma apresentação da banda por um motivo completamente contornável, que nem de longe se compara à tragédia ambiental japonesa. "Tivemos um problema aqui no Rio, mas também tivemos um problema na turnê em Tóquio, por causa do terremoto. Vocês devem se sentir sortudos por morar no Brasil", disse Bruce, demonstrando bastante bom senso.
O show segue com "The Talisman" e "Coming Home". Esta, talvez a melhor música do disco novo, foi cantada por todos e tem tudo para virar um clássico, o refrão é lindo e funciona muito bem ao vivo. O público estava nas mãos da banda e volta e meia entoava gritos como "olê, olê, olê, olê, Maiden, Maiden". Bruce devolvia com seu característico “Scream for me, Rio”.
A banda continua com "Dance Of Death", a clássica " The Trooper" e mais músicas da década de 2000, "The Wicker Man", "Blood Brothers", "When The Wild Wind Blows". Na sequência agora somente clássicos, que fazem o HSBC Arena vir abaixo. "The Evil That Man Do", já conhecida dos fãs, cantada em uníssono, traz também o Eddie! Com 3 metros de altura, ele entra no palco e leva os fãs à loucura, ainda mais no final quando recebe a guitarra da mão do roadie e “toca” junto com a banda e vira o sétimo integrante.
"Fear of The Dark", ao vivo empolga a todos, independente de gosto e religião! O Iron não tira mais do setlist. É um clássico irretocável! "Iron Maiden" é mais uma que não pode faltar. A novidade foi o "Eddie Alien" do novo disco com 8 metros que surge atrás da bateria de Nicko McBrain, é uma atração à parte na música! Os movimentos com a cabeça, boca e mãos, bem como os olhos luminosos deixaram os fãs extasiados.
Às 22h50, a banda agradeceu ao público e deixou o palco por alguns minutos. Depois, o Iron Maiden voltou para o bis, que teve “The Number of the Beast”, com direito à criatura meio capeta, meio bode também no palco. Em seguida veio “Hallowed Be Thy Name” e “Running Free”, que encerrou o show de quase 2h de duração. Foi quando Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers começaram a atirar palhetas ao público, ao mesmo tempo em que Nicko McBrain arremessava baquetas e peles de bateria. Bruce preferiu jogar sua touca encharcada de suor para a plateia. E assim o Iron Maiden se despedia do público do Rio de Janeiro.
A galera até ensaiou um coro para pedir mais um bis com "Run To The Hills", como um bônus pelo transtorno do dia anterior, mas quando “Always Look on the Bright Side of Life” começou a tocar era o anúncio de que a noite havia realmente acabado.
O Iron Maiden mostrou que continua em plena forma e pode nos encantar ainda por muito tempo, somente esperemos que se houver esta chance, que se faça com mais respeito com o público, que fez a sua parte e agiu em sua quase maioria de forma educada mesmo diante da total falta de organização que vimos. Esperamos sinceramente que haja esta nova chance, mas que a estrutura que envolva um show desta natureza seja adequada à irretocável categoria da banda.
Setlist:
Satellite 15... The Final Frontier
El Dorado
2 Minutes to Midnight
The Talisman
Coming Home
Dance of Death
The Trooper
The Wicker Man
Blood Brothers
When the Wild Wind Blows
The Evil That Men Do
Fear of the Dark
Iron Maiden
Bis:
The Number of the Beast
Hallowed Be Thy Name
Running Free
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