Na capital baiana, a segunda edição do Bahia Rock Festival deu espaço para o heavy metal e suas vertentes. Realizado no espaço “Oba Oba Music Hall” o evento contou com um bom público, mas poderia ter uma presença maior de pessoas apoiando o metal nacional.
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Texto: Humberto Amorim
As apresentações estavam marcadas para se iniciarem às 20:00. Porém houve certo atraso e a Confiteor, encarregada de fazer a abertura, entrou no palco às 22:00 apresentando um repertório baseado em seu e EP “More Than Their Lies”. As músicas são interessantes, contudo não agitaram muito o espectadores baianos, talvez por não serem tão conhecidas, então dificulta uma assimilação, pois o trabalho realizado por Dan Loureiro (baixista/vocalista) e seus companheiros, ainda vem sendo divulgado, no entanto servem como aperitivo do full length oficial que deverá ser lançado em breve.
Em seguida, os veteranos da Malefactor assumiram seus postos e executaram canções de seu últimos álbuns "Centurian" e "Barbarian". Com as vocalizações de Vlad o grupo baiano voltava a se apresentar em Salvador, depois de um bom tempo sem realizarem shows na terra natal. Daí em diante o público passou a se animar mais e a cantarem muitas das músicas da banda, tocadas de forma coesa e com seriedade. O grupo parecia estar contente por estar ali e agitou os presentes e seus “fiéis fãs”. Os músicos têm experiência e bagagem, por isso sua apresentação ser competente em muitos momentos, o que destoa talvez sejam algumas músicas do repertório que dão aquela quebrada no clima. Mas, a banda possui clássicos que trazem de volta a aura de um show de metal. A banda ainda soltou uma surpresa, que foi a execução de "A God That Doesn't Lie" do “The Darkest Throne”, onde se via muitas pessoas cantando os versos e outras emocionadas, pois essa música foi marca registrada da Malefactor por um bom tempo. A banda saiu do palco com a sensação de ter cumprido bem o seu papel.
Os anfitriões da noite, "Minus Blindness", destilaram seus riffs registrados no primeiro álbum “Choleric The Aversion”. Com um som um pouco mais agressivo que a banda anterior, alguns dos presentes chegaram a se empolgar com apresentação dos baianos Tássio Bacelar (Guitarra e Vocais), Thiago Andrade (Bateria e Backing Vocals) e o novo baixista Armando Eigo. O ponto alto do show foi o interessante meddley com músicas do Metallica que levou o público ao delírio e fez muita gente levantar. Dava pra ouvir o Oba Oba Music Hall cantar em uníssono o refrão de "Master of Puppets" e dessa forma a banda fechou bem seu set list.
Às 01:30 da madrugada, eis que a banda mais esperada da noite sobe no palco e com os riffs de “Generation Dead” do recente e ótimo "Aequelibrium" fez com que o ambiente pegasse fogo e se transformasse em um “inferno”.
A experiente Torture Squad fez o público enlouquecer em moshs seguido de moshs, e no momento de “Raise Your Horns” já não havia mais controle, não tinha como não bater cabeça. Vítor Rodigues é um grande frontman e sabe como ter o público nas mãos e de modo eloquente foi apresentando a banda nos intervalos de uma música e outra. De forma interessante a banda soube explorar os anúncios de cada membro do grupo, destaque para a performance de Castor (baixo) e Amilcar Christófaro (bateria), pois ao invés de solos desnecessários e longos, a banda emendava já com um pertardo. Foi assim que “Pandemonium” quase desaba o espaço levando a alguns seguranças terem muito trabalho e não havia trégua ou pausa dos paulistanos.
O grupo parecia ensandecido no palco e com imenso prazer despejava a fúria de suas músicas para o público baiano, que é mais voltado para as vertentes extremas do metal. Em *“Living For the Kill” o guitarrista novato André Evaristo mostrou já estar bem integrado e muito bem encaixado na proposta sonora da Torture Squad. Após um pequeno solo do estreante André, “Chaos Corporation” não deixou os espectadores respirarem e já se notava a satisfação das pessoas que resolveram ir ao show. Muitos dos que não forma perderam uma apresentação perfeita recheada de composições que primam o Thrash / Death Metal e brindam o público a violência dos riffs e licks de cada nota executada com técnica apurada. Os fãs já estavam em delírio e muitos presentes se sentiam revigorados com um show carregado de feeling e ótima postura de palco. Foi com Storms, que a banda paulistana encerrou a noite deixando, certamente o público com sensação dever cumprido e satisfação garantida. Que ocorram mais shows desse porte na capital baiana, já que nem todos compartilham da música praticada na cidade e mostram que na Bahia, tem sim metal.
*Errata - Por Vitor Rodrigues (Torture Squad): Nós encerramos o show com a The Unholy Spell e não com a Storms, e é justamente na Storms que apresento o Evaristo e não na Living For the Kill.
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